Ontem o dia 1 da COIED3 trouxe-nos as chamadas “butterflies in stomach”. Apesar da nossa quase veterania, abrir a cortina do palco e começar o espetáculo tem sempre disto. E ainda bem. É sinal que estamos a tentar dar o melhor, sabendo que nem sempre as coisas correm bem. “Break a leg”, diriam os amigos se de teatro se tratasse.

O nosso tema de abertura “Ser professor digital – transformando migrantes em residentes” foi o mote para que o Professor João Mattar nos levasse a revisitar os conceitos de nativo e emigrante digital. De facto, nunca é demais lembrar que os meninos e jovens de hoje vivem num mundo digital, onde aprendem muito numa abordagem informal, mas com informação e práticas nem sempre estruturadas e orientadas.

Um dos papéis do professor digital de hoje acaba por ser, também, o de promover a passagem das destrezas e competências informais, normalmente reduzidas, para algo mais sólido, no caminho da inclusão digital de nível superior e naturalmente para a inclusão social de todos.

Estão os professores preparados? Alguns sim outros não, mas é uma evidência que a formação contínua nesta área é fundamental.

Estão os alunos à altura de uma cidadania digital? Sim, estarão, se forem também eles ensinados e orientados para um uso das tecnologias digitais para além da facilitação das comunicações nas redes sociais.

O futuro começou ontem e nós, cidadãos, encontramo-nos no centro de um processo de migração contínua para contextos constantemente renovados.

13 de outubro 2015

CO da COIED

Numa peça de muitos atos os atores renovam-se, mas o mote é e será sempre o mesmo - mudar os paradigmas do processo de ensinar.

A sessão de hoje levou-nos mesmo a aprendizagem para o "chão da escola" e ao mapeamento que a Teresa Pombo nos "obrigou" a fazer, qual exercício difícil, que na sala de aula se faria num instante...se a interação entre continentes e em tempo real funciona, porque não funciona nas nossas escolas?

E falámos de blogues, esses dinossauros da web 2.0 a que os vanguardistas tecnológicos acham fora de moda...mas como alguém dizia no chat "eles andam por ai, não morreram" ...e ainda bem!

E ainda bem porque podem centrar a aprendizagem no aluno como nos vieram demonstrar a Simone Maneira e o Joaquim Almeida com o seu blogue de aprendizagem do espanhol.

Mas não faltou o primo aristocrata do blogue, o Wiki, trazido pela Filomena Pessoa e pela Teresa Cardoso. Foi bom saber como ele funciona e que mais valias traz para os processos de aprender. Assim se fazem as partilhas de práticas, que é afinal o objetivo primeiro da COIED.

Mas o que me ficou mesmo na cabeça da sessão de ontem? Que há uma diretora que não só não impede o uso de tecnologias digitais como as promove e deixa que telemóveis, tablets e similares entrem nas salas de aula, numa política de TTED (traz o teu equipamento digital) desde que existam projetos sérios do seu uso. Bem haja Diretora!

Paulo Torcato, Artur Coelho e Álvaro Folhas foram os tais
Que na sessão três da COIED nos tornaram MAIS!

Robots, Impressão em 3D e Análise Digital de Vídeo podem parecer temas demasiado técnicos e complexos. Puro engano! De facto, com esta espécie de Realidade Aumentada, com que os três oradores nos envolveram, numa visão inovadora da exploração da tecnologia em sala de aula, para jovens de diferentes idades e percursos, obtivemos o “teletransporte” que precisávamos para não duvidar dos benefícios que a tecnologia pode trazer à educação.

Podemos usar a tecnologia em sala de aula para motivar e entreter, para informar e apenas dar a conhecer, com superficialidade, conceitos e realidades complexas. Estas atitudes e opções pedagógicas podem conduzir à desconfiança e aos estudos, mais ou menos inconclusivos, sobre a relevância da tecnologia na educação.

Mas neste terceiro dia da COIED vimos exatamente o contrário de tudo isto, com projetos pedagógicos que envolvem e motivam os alunos, ao ponto de se tornarem tutores de outros mais novos, ou mentores para curiosos em sessões de divulgação. Projetos que estimulam o gosto pela lógica, a matemática, a física e diversas engenharias. Recursos tecnológicos e estratégias pedagógicas capazes de transformar o mundo que nos rodeia num laboratório. Recursos que explicitam conhecimento e estimulam a curiosidade para aprender. Projetos e aulas que abrem horizontes. Facilitam a descoberta de vocações e desenham caminhos de inclusão.

Nesta sessão comprovamos e certamente nos identificamos com os três colegas que inovaram para educar e, ao fazê-lo, estão a educar para a inovação. Por isso esta sessão fez-me recordar uma reflexão que ouvi ao professor Roberto Carneiro e que reproduzo de memória “O bom professor é o que me leva a lugares onde nunca estive; o professor excelente é o que transforma o lugar onde estou.”

A mesma preocupação pela literacia e pela criação de alunos ativos na realização da sua aprendizagem com utilização das TIC

Carlos Pinheiro trouxe-nos um contagiante e fantástico exemplo de uma Biblioteca viva, dinâmica, que integra plenamente as TIC de forma a criar novos leitores e a desenvolver neles a criatividade, a responsabilidade e o prazer no contacto com a informação.

Foram muitas as atividades que evidenciaram a vontade de transformar os alunos, de os ajudar a evoluir de recetores passivos para criadores. Isso ficou evidente quer nas propostas de criação que são colocadas, mas também na conceção de leitor apresentada: aquele em que este tem de “tomar decisões” relativamente ao que leu. A aposta no video com atividades variadas, com o aluno no centro, contribuirá, certamente, para uma forte motivação e para que a Biblioteca se coloque no centro do Agrupamento.

Esta centralidade será possível, naturalmente, pela estratégia concertada, coerente e organizada que ficou evidente no trabalho integrado que envolve formação de novos alunos e workshops para professores, pelos materiais disponibilizados a toda a comunidade educativa, pela relação estabelecida entre a biblioteca e os restantes membros da escola, mas também pela evidente capacidade de inovar, como a iniciativa dos códigos QR, que são portas que convidam para o acesso a outros documentos, numa intertextualidade, com certeza, muito produtiva, além de facilitadora.

As TIC, portanto, constituem-se claramente como facilitadoras e motivadoras.

De além Atlântico veio a voz de Renata Serôdio com um “laboratório de jornal digital na formação de educadores”, ilustrando como o aluno deve ser um produtor de conteúdos e não um leitor passivo. É bom verificar como esta é uma consciência generalizada: é preciso produzir para que a aprendizagem efetiva seja realizada, em qualquer idade.

Neste caso, ficou evidente como um laboratório informático associado à produção de um jornal digital potencia o desenvolvimento de literacias variadas e de competências que envolvem a estruturação de tarefas, a socialização e também a responsabilização.

Trata-se de um trabalho com alguma supervisão e uma boa forma de tentar minimizar as dificuldades que os alunos que frequentam cursos de formação de professores e serão futuros educadores manifestam ao nível da leitura, escrita e uso das tecnologias. Além disso, poderá sensibilizá-los para o desenvolvimento de projetos semelhantes, o que será excelente.

Wellington Baxto ou como os laptops podem ser utilizados ao serviço da formação contínua de professores. O relato de uma experiência que contou com formação presencial e a distância e que mostrou como os professores apreciaram a formação recebida, apesar de esta não ocorrer no momento mais oportuno - antes da chegada dos equipamentos -, mas lamentaram a descontinuação do projeto e as dificuldades sentidas na infra-estrutura física.

Esta experiência veio revelar-nos como a formação e o apoio dos docentes são fundamentais para a implementação de práticas TIC inovadoras nas escolas.

Três testemunhos, riquíssimas partilhas e numerosas ideias que apetece experimentar e divulgar. E recebemos e sentimos tudo isto confortavelmente sentados em nossas casas, saboreando um delicioso café numa caneca, que, felizmente, não é virtual....

Luísa Diz Lopes

Deste lado do Atlântico aproximam-se as 21,30 horas. Entro na sala. Espreito e vejo muitas pessoas que já por lá deambulam. Alguns ocupam sorrateiramente o seu lugar; outros cumprimentam-se e falam sobre o tempo. Há quem seja um habitué de todas as sessões e siga cada ato com uma atenção redobrada. Todos se identificaram à entrada. Os nomes substituem os rostos. Não há anónimos.

Mesmo sem ver os bastidores, quase adivinho algum nervosismo dos responsáveis que coordenam a obra. À semelhança de uma orquestra, tudo tem que estar afinado. E todos aguardam com expetativa a entrada em cena.

Hoje, a peça tem apenas um ato e o palco está na voz e nas mãos de um único ator, o professor José Lagarto. Este não é um palco qualquer. É um espaço que pretende mudar paradigmas e fazer refletir sobre as práticas TIC, assentando os pés no chão da escola. Por isso, o público interage com os atores e o espectador torna-se co-ator, num jogo de saberes, rumo à construção conjunta do Conhecimento. É a junção de todos estes fatores que dá magia à COIED.

Não há bastão de Molière a bater no piso do palco, mas o start recording lembra que se trata de um acontecimento que ficará gravado para a posteridade. “As tecnologias da mobilidade – os tablets na sala de aula” é o título da peça que hoje é levada à cena. Arranca a festa…

Os tablets saltam para o centro do cenário e com eles novas personagens entram na história: os “nativos digitais” (Prensky), o “pânico moral dos professores” (Cohen)… Será que com os tablets os alunos aprendem mais? Estamos catequizados, doutrinados, que os alunos aprendem mais com as TIC, afirma o ator principal da cena.

Há vozes que se levantam na plateia. “Os alunos aprendem sem dar conta que estão a aprender”, diz alguém. “A questão não está em aprenderem mais, mas aprenderem melhor, estarem mais motivados, mais envolvidos na aprendizagem”, materializa-se o pensamento de uma outra cabeça. Os lamentos de quem não pode usar os tablets nas aulas também se fazem sentir: “Infelizmente, nem todas as escolas reúnem condições de segurança para que os alunos circulem com tablets”; “poder-se-ia usar os smartphones se não fossem proibidos”…

Há ainda reptos que devem ser escutados: “Partilhem o exemplo da minha escola… A sério, é preciso tentar”. Com os meus botões, penso na riqueza das palavras que ficam presas nos apartes nascidos nesta sala. Mais uma vez, não resisto a ouvir aquela voz que se levanta e transmite a sua experiência: “Dou aulas no ensino superior e nunca usei [os tablets]. Acho que depois de ouvir esta comunicação vou experimentar”. É este contágio viral da aprendizagem que eu também aprecio na COIED. Para mim, a COIED é a arte de aprender através do diálogo e da partilha em rede.

Deixo de olhar para as opiniões dos participantes e concentro-me no que diz o professor José Lagarto. Sorrio com a imagem que desperta na mente do público: temos uma escola formada por “salas-de-aula-autocarros”. Mesas e cadeiras dispostas em fila, os olhares dos alunos perdidos nas costas do vizinho da frente… Onde fica lugar para a inovação?

A hora vai avançada. Além disso, tal como lembrou a boss Celina no início da sessão, “é sexta-feira, houve COIED a semana inteira”. É tempo de cerrar a cortina. Atores e espectadores abandonam a sala. A grande maioria certamente regressará após o fim de semana. Da minha parte, acredito que na segunda-feira novos saberes surgirão no palco. Eu e muitos outros regressaremos a esta sala para continuarmos a aprender.

Assim termina o quinto dia que fecha a primeira semana da COIED…

Hermínia Marques

O tema «Digital Storytelling: dos conceitos e teorias às práticas», dinamizado pelo professor José Carlos Figueiredo relevou a essência de uma das mais importantes áreas da Educação, as Competências Pessoais e, por isso, talvez tenha tido muito menos de digital…

O conteúdo, por si só, cativaria crianças levando-as aos bastidores das histórias que lhes contam(os). Também os acontecimentos do dia a dia ou as aulas, transmitem conhecimento, têm principio, meio e fim, podem ter heróis e vilões, geram sem dúvida emoções e fazem-nos sair tantas vezes das zonas de conforto. Num esquema circular com 12 passos, percorremos o exemplo da história do Nemo, a construção da sua dinâmica, desde o ínicio da aventura, ao surgimento do conflito, à procura de soluções e ao desfecho escolhido. Criar um script não será certamente fácil exigindo alianças entre a escrita, a imaginação e o poder de aliciar do princípio ao fim. Ferramentas digitais vieram facilitar a estruturação da comunicação visual bem como a determinante experiência auditiva. Ficaram os alertas para os Direitos de Autor e, em particular, as sugestões para a utilização de alternativas como fotografias tiradas pelos próprios ou as licenças Creative Commons. A expectativa final estava nos exemplos práticos, com demonstrações da ferramenta Powtoon.

Mas o que terá o Powtoon em comum com o José Carlos Figueiredo? A clareza, a síntese e o conseguir cativar. A construção do discurso, a cadência das palavras, o tom de voz são competências que se devem moldar nas aulas de Português ou em qualquer outra…Até um acetato pode contar uma «história» fazendo valer o seu conteúdo em conhecimento…mas depende de quem a escreve e como é transmitida. Tal como um Quadro Interativo, uma Plataforma online ou um tablet, este pode ser uma ferramenta de colaboração mas depende, de novo, de como a atividade é concebida pelo seu criador.

Potenciando o valor das TIC na Educação, saibamos aliar as competências pessoais à Tecnologia deixando que esta conte, também, a sua «história» dando a sua própria versão e prestando o seu serviço no tempo que é o dela.

Porque cada aula tem uma narrativa, imaginem quantas histórias contamos aos nossos alunos…

Cristina Reis

Dia de jogos, que não só nos campos de futebol eles se praticam.

Antes mesmo do começo da sessão, o moderador está curioso no saber da etimologia da palavra que dá titulo à conferência. Gamificação até poderia ser traduzida por jogatana…ou tão simples como ficarmos por jogos digitais… mas comecemos pelo nosso animador do workshop…

Jorge simões mostra-nos as potencialidades educativas do jogo, da simplicidade de construção e dos resultados que provocam no aprender. Os jogos apelam à competição e esta aguça normalmente o engenho e a motivação. De tal forma que os alunos podem atingir o denominado estado de fluxo, de onde sairão apenas no limiar da exaustão. Será isto que queremos? Sim e não, porque tratando-se de jogos, sabemos que nem todos são SimCity ou GTA (Great Thief Auto), para não falar de outros mais hiper-realistas, que na sua organização estrutural permitem desenvolver competências múltiplas. Várias ferramentas foram trazidas ao palco e isso ajuda os presentes a aventurar-se nestas andanças.

A Carolina Almeida veio demonstrar como as coisas simples podem ser eficazes. Uma atividade em Google Earth bem orientada torna-se uma prática rica e motivadora para os alunos, levando-os a percecionar melhor as realidades…tal como se voassem algures num ambiente de Second Life, este ano ausente da COIED…Não fosse o Artur Coelho trazer a impressora e não teríamos tido o 3D nas nossas inquietações. Mas com esta abordagem os alunos com certeza perceberam muito melhor como funciona o mecanismo dos sismos.

Na sequência, o Álvaro Folhas deu uma ideia ao futuro ministro da educação que, espero, não tenha estado presente na sala. Substituir os laboratórios físicos por laboratórios virtuais. Diz-nos ele que os alunos aprendem tanto ou mais como se estivessem em laboratórios tradicionais e isto sem nenhum problema de segurança física e a custos muito mais baixos. Na verdade podemos dar resposta a uma necessidade evidenciada pelos alunos de terem mais aulas práticas do que aulas essencialmente teóricas.

Aproxima-se o final de uma longa sessão e o Welington Baxto vem fechar o ciclo… precisamos de professores hábeis na manipulação das tecnologias digitais. Ele faz-nos o relato de uma experiência de formação a distância para docentes das escolas do ensino básico no Brasil. Com um currículo exigente verifica-se que a o uso das TIC nos contextos de aprendizagem, no “chão da escola”, são bastante reduzidos, pese embora a boa auto reflexão que cada um faz das suas competências em TIC. Na verdade, temos de concluir que os alunos serão tanto mais digitalmente eficientes quanto mais virem os seus professores a usar as tecnologias de uma forma natural e não intrusiva.

As 24 horas vêm aí, o dia, já noite no Brasil, está a chegar ao fim… Cumpriu-se o 7º Dia, mas amanhã não há descanso.

Ou em versão de homenagem a Luis Sttau Monteiro…

Dia 7 numero especial e logo teria de calhar a mim fazer aquilo que chama de sínteses e que eu não concordo porque já vi outras que não eram nem sínteses nem resumos antes diziam o que queriam ou que os autores achavam mas isso não importa porque quando cheguei à sala e ainda a sessão não tinha começado já o moderador discutia com o prof Jorge Simões o titulo do workshop como se o visado tivesse alguma coisa com isso pois deram-lhe com certeza o tema da gamificação e ele la sabia que aquela palavra não queria dizer que ele iria falar do gamanço mas daquela coisa dos joguinhos educativos mas ele que dissesse o que sabia sobre o assunto e viu-se que ara muito pois ele disse que era possível fazer jogos na sala de aula o que me levou a pensar no Simcity e no GTA que não digo o que é porque senão ainda dizem que eu não sou boa professora mas podem crer que sim que sou porque para além dos jogos até já usei o Voki o que levou a rapaziada a rir que nem uns perdidos eu também achei alguma mas não muita graça porque os alunos aprenderam muito mais depressa que eu que sou emigrante de mala de cartão e por falar nisso nessa altura ainda não se voava no Google earth onde a Carolina nos levou a contar os sismos e que os alunos também se fartaram de trabalhar sim senhora quem diria eu que não consigo que eles estejam quietos nem calados se calhar porque não tenho aquela coisa do laboratório virtual que o Alvaro Folhas trouxe da experiência que fez no Go Lab e nos cursos profissionais e ainda anos disse que os alunos nestes laboratórios aprendem quase mais que nos laboratórios reais e isto é que é uma grande ideia para o ministro da educação que vai substituir os ditos reais pelos virtuais e vai ver a quantidade de dinheiro que vai poupar pois alem de virtual na gasta dinheiro em reagentes mas para isso temos de formar professores e foi o que o Welinton Baxto nos trouxe do brasil mostrando que o contexto por aquelas bandas não é muito diferente daquilo que é por cá…

A prima da Guidinha

Começamos a noite com a boa disposição do professor Doutor António Andrade que quebrou o gelo e abriu as hostilidades como moderador, apresentando-nos a professora Cornélia Castro que nos soprou com a temática dos “Recursos educativos digitais – da produção aos repositórios”. Os RED’s pretendem estar disseminados pela comunidade educativa e têm sido uma das estratégias pela qual os professores têm optado no processo de inovação pedagógica, onde já existe um amplo conjunto de recursos. No chat da COIED a professora Teresa Pombo agitou as águas e referiu que “mudar as práticas é difícil se o professor não abre a sua sala de aula e não procura perceber como funcionam outras”.

Ficamos a saber que os Recursos Educativos Digitais na escola podem facilitar a alteração das práticas pedagógicas, agilizar aprendizagens cooperativas e colaborativas no ensino, induzir e agilizar a produção e a utilização de ferramentas, de conteúdos, de recursos e de informação em suporte digital.

Está na hora de “Pintarmos o chão e colocamos as mãos na massa” e “Se não os podes vencer junta-te a eles”. A professora Cornélia Castro destacou na sua intervenção o “Portal das Escolas” (https://www.portaldasescolas.pt/portal/server.pt) como sendo uma plataforma institucional onde os “nossos professores e educadores” podem produzir e aceder, em qualquer momento, em qualquer altura sem medo das vertigens, e em qualquer lugar, a um conjunto alargado de serviços online de “valor acrescentado” (aqui não entra o 760 100 700 custo de 60 cêntimos mais iva) para a prática pedagógica e para a potenciação do “bom” ensino/aprendizagem; o projeto “Casa das Ciências” (http://www.casadasciencias.org/cc/) da Fundação Calouste que se assume como “um veículo integrador na utilização das TIC no processo de ensino/aprendizagem, transformando-se num repositório web de referência para todos os professores de Ciência em língua portuguesa”, disponibilizando materiais dinâmicos e onde se podem partilhar experiências sobre esses materiais e o como usá-los; e o projeto “VemAprender” (http://www.vemaprender.net/Home@1.aspx) que está um “pouco morto”, mas que continua a ser uma plataforma à qual a comunidade educativa (professores, educadores e alunos) pode ter acesso e onde se ambiciona que todos participem colaborativamente na construção de um repositório de objetos de aprendizagem (OA), com um conjunto significativo de informação associada, fomentando também a criação de uma comunidade de prática que seja facilitadora e potenciadora da qualidade no processo de ensino/aprendizagem.

Terminada a intervenção da professora Cornélia Castro torna-se urgente dizer que, os RED ́s possibilitam o acesso a recursos de aprendizagem com custos e esforços menores a nível individual e institucional.

Do You speak English?! Afinal não é assim tão difícil!

O professor Tiago Carvalho trouxe-nos importantes considerações sobre as “características de conteúdo audiovisual procuradas por aprendentes de Inglês - Língua Estrangeira”. Ficamos a saber que o entretenimento e aprendizagem são, ou deveriam ser, indissociáveis. Ficamos a perceber que os recursos audiovisuais (cinema, séries televisivas, documentários...) estão umbilicalmente ligados à televisão e a um contexto de lazer, de entretenimento, que passa de forma mais ou menos explícita para a sala de aula, onde o professor pode aproveitar essa expectativa positiva para atrair os alunos, fornecendo-lhes um fator motivacional.

Os alunos procuram nas aulas de inglês com recurso ao conteúdo audiovisual:

- contexto de aprendizagem de forma direta (quando informa e orienta interpretações) e de forma indireta quando mostra um tema, permitindo múltiplas abordagens e interpretações;

- contexto de ilustração - mostrar a temática abordada, compor cenários desconhecidos dos alunos;

- contexto como diversificação de discursos introduzindo novos vocabulários.

- contexto de integração do processo de avaliação dos alunos e do professor, procurando a verosimilhança, a diversidade de discursos, a atmosfera afetiva, a relevância, o ritmo da narrativa e a legendagem.

Os recursos audiovisuais permitem-nos ter uma experiência impossível para quase todos os seres humanos: transportam-nos para outra galáxia e voltamos, mantendo-nos simultaneamente imóveis. Lanço a questão: quantos de nós não aprendemos inglês com a força motivacional dos filmes e séries que passam na televisão?!

A Educadora de Infância Fátima Jasmins deliciou-nos com “As TIC na Educação Pré- Escolar - contributos na criação de histórias digitais”, uma realidade desconhecida ainda para muitos. Levou-nos a “navegar” com Gianni Rodari e com os vários modos de criar histórias para crianças. O “jogo dos contadores de histórias”, o “binómio fantástico”, o “jogo das cinco palavras em série”, a criação de “histórias através de uma palavra isolada” e a “salada de contos” foram algumas das excelentes experiências potenciadas com o seu grupo de crianças. Na criação das histórias digitais as crianças contactaram com o “Go!Animate”, o “Windows Live Movie Maker” e “Animoto”. As crianças aprenderam de forma livre e espontânea, escolhendo o que desejavam fazer, selecionando cenários e personagens, criando diálogos e inventando as suas próprias histórias. A criação das histórias digitais ajudou as crianças na aquisição de competências sociais (socialização), na aquisição da linguagem e enriquecimento do vocabulário falado, potenciaram a atenção e a concentração, não descurando a parte criativa da imaginação e potenciaram o espírito de grupo.

As esperanças misturam-se com as frustrações, as ilusões com as realidades...

Enfim... as TIC andam por ai, vamos aproveitá-las!

José Martins

As palavras de Gláucia Lemos, no seu livro “As aventuras do marujo verde”, chegaram ao chat da COIED conduzidas pelas mãos de dois participantes da conferência. E porque não alterarmos o desenrolar da história? “Pode sair daqui o relato de hoje” e “faz-se já a síntese”, desafiou a comissão organizadora. A síntese não se fez no fim desse dia, mas saiu qualquer coisa nos dias seguintes…

“Era uma vez um papagaio que vivia preso a um barco e a um dono beberrão e solitário. Vivia entre paredes, viajando pelo mundo sem do mundo nada conhecer. Até que um dia... se deu um desastre, o seu lar afundou-se e desapareceu o ombro onde pousava.” (As aventuras do marujo verde).

“Então, surgiu uma luz que deu uma nova vida ao papagaio. No Kodu encontrou um novo lar...
… O papagaio “decidiu regressar antes de "furarem" a ilha!...”

Kodu?! O que é isso? Poderão perguntar alguns. Fernanda Ledesma tinha acabado de fazer viajar os presentes até à “programação em Kodu como instrumento de aprendizagem”. Seria justo excluirmos o nosso papagaio? Claro que era preciso levá-lo a descobrir esse maravilhoso mundo da criatividade. Com esta linguagem de programação visual pretende-se que o aluno deixe de ser mero consumidor para se transformar em criador/produtor. É preciso não esquecer que, mais importante do que falarmos sobre TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) interessa que passemos às TAC (Tecnologias da Aprendizagem e do Conhecimento). E que tal darmos uma espreitadela pelo workshop da Fernanda Ledesma (http://pt.slideshare.net/ferlede/programao-em-kodu-como-instrumento-de-aprendizagem) e aprendermos a trabalhar com o Kodu Game Lab?

Entretanto, diretamente do Brasil, chegavam as vozes da Camila Pacheco, Erica Yoshizawa e Nuria Pons Vilardell. Com a sua apresentação intitulada “Do giz ao Wi-Fi – TIC como motivadora para a construção do conhecimento”, mostraram-nos alguns exemplos que potenciam a utilização das TIC e… fizeram nascer o nosso papagaio.

No belo sotaque deste nosso país irmão, já tínhamos escutado Welinton Baxt e a “perceção do uso do computador com acesso à Internet pelos professores tutores na educação básica”. Com ele entramos no projeto “Aluno Integrado” que faz parte do Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional.

“... Mas o louro estava triste. Adorava aprender. Um dia falaram-lhe da COIED. Resolveu experimentar. Descobriu que havia a comunidade Scientix e...
… tudo mudou à sua volta.... Era um louro com competências XXI.”

Hum… Um papagaio no Scientix?!... O que poderia ele por lá aprender? O causador deste desvio do nosso louro estava a ser o José Soares e a sua apresentação sobre “Scientix – uma comunidade para a educação científica ao serviço dos professores). A viagem até à página desta comunidade (http://www.scientix.eu/web/guest) ajuda-nos a perceber quão útil pode ser para os professores. A ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) são áreas privilegiadas nesta comunidade, que promove e apoia boas práticas e projetos europeus de colaboração em ciência.

Entretanto, o que terá acontecido ao nosso papagaio? “...Mudou de vida. Abandonou a atividade de papagaio imitador de um pirata bolachado e bonacheirão e dedicou-se à ciência. Então...”

Ops! Chegou ao fim esta sessão da COIED. Quanto ao nosso papagaio, quem sabe se um destes dias regressará com novas aventuras…

E amanhã há mais.

Hermínia Marques

Hoje é altura de fechar as cortinas.

O palco está engalanado e o convidado é especial. Os atores, teimosamente, persistem em entrar na sala sempre à mesma hora e não arredam pé sem que possam no fim, também eles, passar para o palco… mas estes atores intervêm mesmo enquanto a peça se desenrola. “Ouvem-se” cochichos escritos quase sempre aplaudindo o orador ou dando achegas e complementos ao que é dito pelo ator principal.

O nosso convidado de hoje, Professor António Dias de Figueiredo, é uma figura incontornável quando se fala de TIC em Portugal. E porquê? Principalmente, mas não só, porque foi o pai do primeiro projecto de introdução de computadores nas escolas do ensino básico e secundário, nos idos anos de 1985 – o projecto Minerva.

Pedia-se que ele fizesse a ponte entre o passado e o futuro repensando os paradigmas do ensinar e aprender...e ele levou-nos na sua máquina do tempo. Vimos que as eras da aprendizagem e da educação têm um sentido e uma evolução histórica ligados aos contextos sociais de cada época. O aprender não é apenas um processo individual – de facto, a aprendizagem, pode ser um processo em que o professor desempenha também um papel importante. Mas chegados à época social e à sua relação com a época industrial, sua precedente, foi notório que ainda estamos a preparar o futuro.

O chat continua vibrante de participações. Alguém refere que era lamentável que o futuro ministro da educação não estivesse aqui a ouvir o Professor.

A passagem dos ecrãs continua e traz-nos algumas provocações. Na verdade, a educação em geral ainda não saiu da fase industrial, ao contrário de outras dimensões da vida humana.

As políticas educativas da homogeneização deixam completamente estupefacto o marciano que nos visita de vez em quando. A escola parece uma fábrica…é muito uma escola em que se ensina o mesmo a pessoas que são diferentes… será que não sabemos fazer melhor? Terá perguntado esta personagem esverdeada.

E os alunos? Porque não são eles mais autónomos, porque não lhes são dadas essas competências na sua educação básica?

O tempo vai escasseando e ainda há espaço, no período de debate, para se afirmar de forma clara que os docentes são excelentes profissionais, que lutam pelo sucesso dos seus alunos, mas as políticas educativas tendem a condicionar a forma de ensinar, particularmente nos anos de exame…

Já a cortina do palco ameaça fechar… Os membros da comissão organizadora encerram a sessão. Uma síntese cheia de imagem e sentido, alguns dados estatísticos, caras cansadas mas confiantes do dever cumprido, fazem um último sorriso para os resistentes participantes. Até à 4ª edição da COIED é a mensagem final…mas mesmo ao fechar do pano alguém escreve no chat: “nunca aprendi tanto numa conferência como na COIED”.

O som da música acompanha as pessoas na saída da sala. Desligam-se ecrãs e luzes. A 3ª COIED terminou…

23 out 2015